Dr. Antonio Rahal
Uma dúvida frequente em todos os pacientes que já foram ou que serão submetidos a exames de imagem é qual, dentre todos os métodos de imagem disponíveis, é o melhor exame? Qual deles “enxerga” com maior precisão os órgãos e consegue avaliar melhor as doenças?
O primeiro ponto a ser elencado é a diferença entre as metodologias no que diz respeito à formação das imagens.
A ultrassonografia é uma modalidade de imagem que não se utiliza de radiação ionizante, sendo que as imagens são obtidas através de equipamento que converte ondas sonoras (daí o nome, ultrassom) em imagens. A ultrassonografia permite a avaliação de diversos órgãos e tecidos do nosso corpo, órgãos sólidos, vísceras ocas e vasos.
A tomografia computadorizada e os equipamentos de Raios-X produzem imagens através da emissão de radiação ionizante. A radiação é emitida através das ampolas, seja dos tomógrafos, seja dos equipamentos de Raios-X, em direção ao corpo do paciente, passando por este, e impressionando, ou seja, marcando um filme ou detectores digitais sensíveis à radiação, determinando a formação das imagens. A tomografia computadorizada produz, de modo geral, imagens com maior detalhamento e riqueza de detalhes quando comparada aos equipamentos de Raios X. Entretanto, há situações, como avaliação de fraturas ósseas, e estudos torácicos em que a tomografia não é necessária, sendo suficientes os dados oferecidos por um equipamento de Raios-X.
A ressonância magnética é, dentre as técnicas descritas, a mais recente. Não utiliza nem ondas sonoras, nem radiação ionizante. As imagens de um equipamento de Ressonância Magnética são obtidas devido à formação de um campo magnético aplicado ao corpo do paciente, que leva à movimentação dos átomos de hidrogênio das moléculas do nosso corpo. Cada tecido responde de uma maneira à aplicação do campo magnético, e, sobretudo, à suspensão do campo magnético, movimentando-se os átomos com uma velocidade que é particular de cada tecido. Com isso, o radiologista que lauda os exames pode identificar com clareza os tecidos normais do organismo, bem como áreas doentes, em que a movimentação das moléculas deu-se de modo alterado.
Um ponto importante é o entendimento que não há um exame, ou método de exames de imagem, que seja melhor. Cada método possui sua peculiaridade, sendo melhor para uma aplicação específica. O radiologista experiente deve conhecer as melhores indicações de exames de imagem para cada condição clínica, de modo a otimizar a solicitação, evitando exames desnecessários.
Dentro deste leque de exames, entretanto, a ultrassonografia é seguramente o mais versátil, podendo ser aplicado a quase todos os órgãos e regiões do corpo, em tempo real, com menor custo, e dentro de um consultório, com resultado na hora. Quando houver dúvidas ou resultados inconclusivos, entretanto, um exame complementar como ressonância ou tomografia podem ser solicitados.
Comments