Dra. Bruna Cortez Rahal
Em grande parte dos casos, amigos, colegas de trabalho, familiares de pessoas com T.O.C., bem intencionados e no âmago de auxiliar pessoas próximas, queridas, portadoras do transtorno, colaboram, ainda que de modo não voluntário, na manutenção do problema, participando de alguns rituais que aceleram o processo, promovendo reafirmações para assegurá-los de que está tudo bem, sob controle, quando na realidade interior dos pacientes, isto não ocorre.
Dificultar a vida da pessoa com T.O.C. pode parecer cruel no curto prazo, porém, a longo prazo, a influenciará a procurar ajuda e a buscar informações sobre a doença. Enxergar e entender o T.O.C. como um transtorno a ser tratado, passível de tratamento desde que bem conduzido, é o primeiro passo para auxiliar nossos entes queridos portadores desta condição.
Como devemos nos comportar para, de fato, ajudar? Seguem algumas dicas:
1) Evitar dar reafirmações de forma direta (com perguntas) ou de forma indireta (será que se eu fizer isso, acontecerá aquilo...?) Proporcionando a possibilidade de o portador do transtorno lidar com sua angustia. A dúvida acerca de seus sentimentos os fará desistir de obter a certeza.
2) Explicar tranquilamente que, quem está em busca destas reafirmações, é o T.O.C, e não a pessoa.
3) Treinar-se para oferecer respostas que deem espaços para as dúvidas.
4) Quando identificar características padrões do T.O.C. no comportamento do portador, questionar se esta atitude é devida a ele ou ao T.O.C. Levantar esta dúvida auxilia na compreensão e no combate aos pensamentos intrusivos.
5) Perguntar-se se algo construtivo pode ser feito para ajudá-los a se livrar do T.O.C. Por exemplo, alguma distração ou atividade em conjunto. OBS (cuidado para que isto não vire outro ritual).
6) Pequenos avanços devem ser reconhecidos e encorajados, para que eles sejam mantidos, e o portador de T.O.C. enxergue suas pequenas vitórias, dia a dia.
7) Envolver-se em diversos interesses (o que você parou de fazer desde que o T.O.C. começou a te ocupar?).
8) Cuidado para não dar ao T.O.C. a atenção que este NÃO merece. E tentar passar isto, de modo sutil, delicado, aos seus entes queridos que sorem com esta condição.
9) O paciente precisa REDESCOBRIR quem é. E, seguramente, o paciente não é o que o T.O.C. está transformando em si.
PARABÉNS POR ESTAR LENDO ESTE ARTIGO. Você realmente é um amigo do portador de T.O.C., e certamente reúne qualidades que poderão auxiliá-lo.
Procure saber mais através dos profissionais do INSTITUTO HOLOS-VIDA.
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